Trabalhadores do Agronegócio de Deus (1 Coríntios 3.5-9)
Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. (1 Coríntios 3.5-9)
A transição pastoral na Igreja Batista Bethelehem, onde John Piper foi pastor por 33 anos, aconteceu em 2013, em meio a muita oração e um processo sucessório extremamente cuidadoso. Para o lugar de Piper foi escolhido o pastor Jason Meyer. Durante o primeiro ano, ambos serviram juntos como pastores de pregação de visão. Ao comunicar essa notícia para a igreja e convocá-la para oração e eleição, Piper pregou neste capítulo, 1 Coríntios 3.1
O objetivo de Paulo, neste trecho da carta, é resolver o problema de orgulho e divisão que existe entre os coríntios, bem como apresentar uma defesa de seu ministério entre eles. Uma ala significativa da igreja estava desprezando o apóstolo Paulo em prol de Apolo, a quem provavelmente julgavam mais hábil com palavras, pessoalmente apresentável e sábio. Com tal objetivo, neste trecho Paulo apresenta uma figura: a igreja é como uma plantação e os pastores, agricultores. No verso 5 ele apresentou os pastores como servos (no grego diakonois). Agora, ele os apresenta como lavradores.
Paulo afirma que ele plantou a igreja dos coríntios. Como podemos constatar em Atos 18, foi Paulo quem gastou mais de um ano e meio levando o evangelho aos coríntios e isso em meio a muito sofrimento, perseguições e lutas. Quando Paulo saiu de Corinto, Apolo foi para lá (Atos 18.24 a 19.1). Essa transição causou muita instabilidade da igreja coríntia (1Co 1.12; 3.4-6, 22; 4.6).
Paulo resolve esse problema em 4 passos: (1) exaltando a importância de Deus; (2) esvaziando a importância dos obreiros; (3) enfatizando a unidade dos obreiros e (4) afirmando que cada trabalhador receberá a sua recompensa da parte de Deus.
Em primeiro lugar, Paulo exalta a importância de Deus ao afirmar que é Ele quem produz o crescimento da sua própria igreja. Note que Paulo afirma isso duas vezes (3.6 e 7). É Deus quem faz sua igreja crescer e não os pastores, líderes e nem seus métodos. Em segundo lugar, Paulo afirma que nem o que planta, nem o que rega são alguma coisa, no sentido de merecer louvor e dedicação, mas Deus é. O Deus que chama os obreiros e os capacita, o Deus que elegeu os cristãos, o Deus que cuida soberanamente da história de suas igrejas é aquele que faz crescer o trabalho, e é o único merecedor de louvor.
Em terceiro lugar, Paulo enfatiza a unidade dos obreiros, afirmando: “o que planta e o que rega são um” (ARA) ou “o que planta e o que rega têm um só propósito”. Não havia disputa entre Paulo e Apolo. Não havia concorrência entre eles pelo coração e devoção dos coríntios. Os coríntios haviam criado uma separação forçada que Paulo nem Apolo pretenderam. Assim, ao enfatizar a unidade dos dois, Paulo está chamando a igreja coríntia à unidade. Em quarto lugar, Paulo afirma que cada trabalhador receberá a sua recompensa da parte de Deus. Os coríntios não precisavam defender um em detrimento do outro, pois Deus faria justiça ao final, recompensando cada trabalhador de acordo com o seu trabalho.
O que aprendemos com Paulo nestes versículos? (1) Pastores e líderes da igreja são servos (diakonois) de Deus, lavradores de Deus e cooperadores de Deus. Eles não são pop-stars, nem sacerdotes que levam as pessoas a Deus, muito menos semi-deuses (“patriarca”, “paipóstolo”, “arcanjo”) com direitos de usurpar o povo. Ministros são como que garçons que servem a palavra de Deus. Eles não são os responsáveis pelo verdadeiro crescimento da igreja e não devem ser idolatrados por pessoas ou motivo de divisão de igrejas. (2) Deve haver, entre diferentes obreiros, uma unidade de propósito. Eles devem trabalhar juntos, com afinco, como lavradores que tem como responsabilidade cuidar da lavoura de Deus. (3) Pastores têm a honra de serem chamados de cooperadores de Deus. Eles trabalham na obra que é de Deus. Eles fazem a missão que é de Deus. Eles são cooperadores com Deus em sua obra de redimir e edificar os eleitos de Deus. Em cumprindo este dever com fidelidade, Deus os recompensará. Não com fazendas paradisíacas e aeronaves, mas com bênçãos espirituais, com intimidade com Deus e com bênçãos celestiais futuras. (4) As igrejas têm o dever de amar os verdadeiros pastores e cuidar deles, não se deve desprezá-los, nem maltratá-los. Também não se deve acabar com a unidade visando seguir este ou aquele obreiro. Lavoura que é, a igreja deve submeter-se aos agricultores de Deus, para que o próprio Deus a faça crescer. Para a glória Dele. Amém.
Oração: Deus de Seara, levante mais trabalhadores para a tua Seara. Àqueles que estão trabalhando, dá-lhes senso de responsabilidade e unidade de propósito. Dá aos teus servos consciência da honra que têm de serem cooperadores teus e das delícias que o Senhor reservou para aqueles que cuidarem da tua igreja de acordo com os teus propósitos. Revigora ministros da Palavra e seus ministérios. Dá, Senhor, crescimento às igrejas que pregam Cristo Jesus como o único que verdadeiramente salva o homem das consequências de seus pecados. Pacifica, Senhor, as igrejas em crise de unidade. Em nome de Jesus, o Senhor da Igreja, amém!
Gostamos muito do texto, minha esposa e eu acabamos de lê-lo, foi muito edificante para nós.
Que Deus abençoe a guarde vocês muito, a medida em que se preparam para o ministério! Bênçãos,