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Seja fiel, a tua aliança principal é com Deus! (Malaquias 2.10-16)

Este é o quarto post no livro de Malaquias. O texto em Malaquias 2.10-16 apresenta a terceira resposta de Deus para a pergunta: “Em que desprezamos o teu nome?”, feita em Malaquias 1.6. O problema central deste texto é a deslealdade do povo. O termos hebraico para deslealdade é “בגד” (bagad) e ele aparece 5 vezes nesses versículos, sendo traduzido as vezes como desleal e às vezes como infiel. O problema é apresentado no versículo 10 e desenvolvido em duas áreas distintas nos demais versículos:

 

Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais? (Malaquias 2.10)

 

Com essas perguntas retóricas, Malaquias (O Mensageiro de Yahweh) relembra o povo de Israel que Deus era o seu pai e criador e por decisão de Deus (ainda que eles não tivessem mérito nisso). Deus também havia entrado em uma aliança de amor com Israel. Vemos essa decisão de Deus, por exemplo:

 

Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. (Êxodo 19.5)

 Mas a vós outros vos tenho dito: em herança possuireis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuirdes, terra que mana leite e mel. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos. Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus. (Levítico 20.24 e 26)

Quando o SENHOR, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas; nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos… (Deuteronômio 7.1-3)

 

Esse texto mostra que a aliança de Deus estava sendo profanada pelos judeus daquela época em duas áreas específicas, nos casamentos mistos e na infidelidade conjugal:

 

1 – Profanação da Aliança no Casamento Misto (11-12)

 

Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho. O SENHOR eliminará das tendas de Jacó o homem que fizer tal, seja quem for, e o que apresenta ofertas ao SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 2.11-12)

 

O casamento de um judeu com alguém de fora de Israel era proibido por Deus, não por uma questão racial, mas por causa da desobediência e idolatria que vinham em consequência dos casamentos mistos. Deus advertiu sobre isso em textos como Êxodo 34.16 e Deuteronômio 7.4

 

e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se com seus deuses, façam que também os teus filhos se prostituam com seus deuses. (Êxodo 34.16)

…nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa vos destruiria. (Deuteronômio 7.3-4 )

 

Infelizmente, o povo que voltou do exílio não observou esse mandamento de Deus, o que vemos na época de Neemias e Esdras:

 

Então, Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, tomou a palavra e disse a Esdras: Nós temos transgredido contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras, dos povos de outras terras, mas, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel. Agora, pois, façamos aliança com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se segundo a Lei. (Esdras 10.2-3)

 Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a língua de seu respectivo povo. Contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os conjurei por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos. (Neemias 13.23-25)

 

Malaquias é mais ou menos contemporâneo de Esdras e Neemias e lida com o mesmo problema: a deslealdade do povo contra Deus ao se casarem com pessoas que não eram do povo de Deus e que, consequentemente, levavam o povo para longe do Senhor.

Mas havia um segundo problema: a infidelidade dos casados.

 

2 – Profanação da Aliança no Adultério (13-16)

 

Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o SENHOR um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis. (Malaquias 2.13-16)

 

Em todo o livro de Malaquias, fica claro que o povo não estava vivendo uma rebeldia declarada contra o Senhor, pelo contrário, as aparências eram de um povo muito fiel a Deus. Eles continuavam prestando culto, dando ofertas, orando e se derramando em lágrimas diante de Deus. As atitudes externas de religiosidade eram muito boas, mas o problema estava no coração.

Nesse trecho Deus começa dizendo que não iria aceitar as ofertas deles e nem as suas orações chorosas. Por que? Deus reponde, porque vocês estão sendo infiéis no casamento de vocês. Essa infidelidade se mostrava em infidelidade conjugal, divórcios e violência dentro do casamento. Então, Deus apresenta 5 argumentos pelos quais eles não deveriam continuar sendo infiéis: (1) Eu, Yahweh, fui testemunha da aliança entre você e seu cônjuge; (2) A tua esposa é a mulher da tua mocidade, a tua companheira, a mulher da tua aliança; (3) eu, Yahweh, é quem uni vocês dois em um só e meu Espírito atuou nessa união; (4) meu objetivo, diz Deus, é levantar uma descendência abençoada por meio das famílias da aliança. (5) O quinto argumento é uma espécie de conclusão para todo o trecho: “Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.

 

Nesse texto Deus afirma que odeia o divórcio e coloca no mesmo nível a violência dentro do casamento. Cometer esses atos, portanto, é desafiar a Deus, aquele com quem temos a nossa principal aliança. Assim, Não adianta tentar manter a vida ‘espiritual’ em ordem se não estou sendo leal para com meu cônjuge. Deus não aceita sacrifícios de cônjuges que estão em pecado no casamento.

 

Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. (1 Pedro 3.7)

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Conclusão

 

Deus está intimamente interessado em nossa vida matrimonial! A aliança entre um homem e uma mulher cristãos é, necessariamente, uma aliança diante de Deus e com o próprio Deus. A decisão de se casar, não pode ser irresponsável, como se Deus não se importasse com quem eu me caso. A principal aliança entre um homem e uma mulher, tem que ser feita dentro dos padrões da aliança espiritual que os cristãos tem com o Senhor. Assim, se você é um cristão solteiro, você não pode considerar a possibilidade de se casar com alguém que não ame a Jesus Cristo. Se você é um cristão casado, lembre-se que o mesmo Deus que foi testemunha do seu casamento, está avaliando como está o seu desempenho como cônjuge. E aqueles cristãos que, hoje, estão casados com alguém que não teme ao Senhor? A Bíblia fala que o bom procedimento do cristão santifica e pode até mesmo salvar aquele que não teme ao Senhor. Continue firme em oração e prática cristã (Leia 1 Coríntios 7)!

Solteiro(a), peça a graça de Deus para te ajudar a somente namorar e casar com alguém que seja fiel a Jesus Cristo e aja neste sentido. Casado(a), peça a graça de Deus para seu fiel a Ele como cônjuge e aja neste sentido. Se é pelo Senhor, o teu amado, qualquer sacrifício vale a pena.

 

Desafios Práticos

 

  1. Comece a ver a si mesmo como o maior problema do seu casamento. Confesse a Deus e ao seu cônjuge. Tome atitudes práticas de mudança.
  2. Faça a sua devocional diariamente.
  3. Faça o culto familiar.
  4. Termine qualquer relacionamento com o sexo oposto que não está agradando ao Senhor.

 

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