Santificado seja o teu nome (Mateus 6.9).
A Bíblia fala muito a respeito do nome de Deus. Uma pesquisa rápida no Logos, procurando os versículos que apresentam “nome e Deus” ou “nome e Senhor” totaliza 1.116 ocorrências (nem todas falando do nome de Deus, veja resultado abaixo). Veja o gráfico sobre essa pesquisa e quais os livros que mais falam do nome de Deus.
O livro dos Salmos é o livro que mais usa o nome de Deus. E é o livro do louvor, adoração, oração e dependência do Senhor. Em Gênesis, as primeiras referências sobre o nome de Deus, falam sobre invocar o nome dele (12.8; 13.4; 16.13; 21.33). Ainda em Gênesis, aprendemos que o nome de Deus pode ser adjetivado de várias formas: o Deus que vê (16.13) Deus eterno (21.33), O Senhor proverá (22.14).
Em Êxodo, aprendemos que ele é o “Eu Sou o que Sou” (3.14) e “O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. Ele é também o Deus Todo-poderoso, cujo nome é Yahweh (יְהוָה, Êx 6.3). Ainda a respeito do nome de Deus, e muito relacionado como o pedido da oração do Pai Nosso, o terceiro mandamento proíbe: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20.7). Outra proibição que encontramos em Êxodo, que revela algo sobre o nome de Deus é “porque não adorarás outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso” (Êx 34.14)
No livro de Levítico, lemos várias vezes sobre “não profanar o nome do Senhor, teu Deus” (18.21, 19.12, 21.6, etc). O que aprendemos nesse livro é que profanar/blasfemar o nome de Deus acontece quando o povo de Deus toma o nome de outros deuses sobre si. Ao contrário disso, a ordem de Deus é “Não profanareis o meu santo nome, mas serei santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor, que vos santifico, que vos tirei da terra do Egito, para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 23.32-33). Poderíamos continuar extraindo essas lições de cada livro bíblico, analisando a lista que o Logos nos deu ao pesquisar os termos “nome AND Deus OR nome AND senhor”.
O que é “Santificado seja o Teu Nome”? BDAG nos diz que santificado significa: “colocar em separado…, consagrar, dedicar, santificar… tratar como santo, reverenciar… eliminar qualquer incompatibilidade com a santidade, purificar…”. [1]
Creio que podemos falar em pelo menos três dimensões de significado desse pedido, “santificado seja o teu nome”: divina, pessoal e comunitária. Na dimensão divina, o que estamos pedindo é que Deus santifique o nome dele, não permitindo mais que pessoas o profanem. Que todo o pecado seja vencido, que o nome de Deus e de seu Filho, Jesus Cristo, seja confessado por todas as línguas e que todos confessem que Jesus é Senhor para a glória de Deus Pai. Nesse sentido, “santificado seja o teu nome” é um pedido escatológico, muito relacionado ao “venha o teu reino”.
Do ponto de vista pessoal, embora seja um pedido, “santificado seja o teu nome” também é um compromisso. Se eu quero que todos santifiquem o nome de Deus, eu também estou fazendo um compromisso no sentido de que eu vou, com minha fala, com minhas atitudes, escolhas e motivações, separar o nome de Deus. O nome que tomo sobre mim, o de Deus, não será tomado em vão. Vou lutar para que a minha vida seja compatível com a santidade do nome de Deus.
Do ponto de vista comunitário, lembre-se, estamos orando ao Pai nosso. Esse pedido, então, é no sentido de que como igreja, nós vamos louvar o nome de Deus e tratá-lo como precioso e especial. Vamos adorá-lo, louvá-lo e servi-lo como comunidade. Além disso, tentaremos conquistar outros para que deixem de profanar o nome de Deus (adorando outros deuses, o materialismo, os prazeres, etc.) e se tornem santificadores do nome de Deus.
Que Deus santifique o seu próprio nome com a instauração do seu reino. Que eu e você glorifiquemos o nome individualmente com nossas vidas. Que nós como igreja, pela adoração e evangelização glorifiquemos o santo nome de Deus. “Pai nosso, santificado seja o teu nome!”.
Publicado originalmente em https://portugues.logos.com, em 11/02/2015
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[1] William Arndt, Frederick W. Danker, e Walter Bauer, A Greek-English lexicon of the New Testament and other early Christian literature (Chicago: University of Chicago Press, 2000), 9.
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