LIoyd Jones no Salmo 73
“Há muitas características, acerca dos Salmos, que poderiam deter-nos. O que desejo mencionar de modo especial é a notável honestidade com que esses homens não hesitam em falar a verdade a respeito de si mesmos. Temos disso um grande e clássico exemplo no Salmo 73. Este homem admite com muita franqueza que, quanto a ele, os seus pés quase resvalaram, e por pouco não se desviaram os seus passos. E continuando, diz ele que era como um animal diante de Deus, tão tolo e tão ignorante. Quanta honestidade! Esse é o grande valor dos Salmos. Não conheço nada mais desencorajador na vida espiritual do que encontrar o tipo de pessoa que parece dar a impressão de que ele ou ela está sempre andando no topo da montanha. Certamente a verdade não é essa na Bíblia. Diz-nos a Bíblia que esses homens sabiam o que é ser derrubado ao chão e estar em aflição e em dolorosas dificuldades. Muitos santos, quanto peregrinos, têm dado graças a Deus pela integridade dos escritores dos Salmos. Eles não apresentam apenas um ensino ideal que não fosse verdadeiro em suas vidas. Os ensinos perfeccionistas nunca são verdadeiros. Não são verdadeiros quando a experiência das pessoas que os propagam, pois sabemos que elas são criaturas falíveis como o restante de nós. Propõe o seu ensino teoricamente, mas este não é próprio da experiência delas. Graças a Deus os salmistas não fazem isso. Eles nos dizem a pura verdade a seu próprio respeito; dizem-nos a pura verdade acerca do que aconteceu com eles.”
D. M. Lloyd-Jones. Por que Prosperam os Ímpios. São Paulo: PES, 1983