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BEM AVENTURADOS OS PACIFICADORES

pacificadores-mt5_9[1]          O mundo precisa de pacificadores. No conforto pacífico de nosso lar pouco percebemos e, às vezes, nos importamos com o que está acontecendo mundo afora. Além de guerras conhecidas como Israel x Palestinos (14 mil vítimas fatais), Estados Unidos x Iraque (100 mil a 1,5 milhão de vítimas fatais) e Afeganistão (600 mil a 2 milhões de vítimas fatais) e a recente “primavera árabe” (10 mil mortos), há também guerras na Nigéria (10 mil mortos), Colômbia (50 a 200 mil mortos), Somália (300 a 400 mil), Paquistão (30 mil), México (43 mil). E essa é uma lista incompleta! O número de mortos desses conflitos é assustador. A despeito dos esforços de países desenvolvidos, Organização das Nações Unidas (ONU) e um sem-número de ONGs essas guerras e conflitos, civis e/ou religiosos, continuam e têm dizimado milhares de pessoas: o mundo precisa de pacificadores.

          O mundo precisa de pacificadores não somente no âmbito internacional, mas pessoas também que atuem para resolver conflitos interpressoais vigentes nas igrejas, nas famílias, empresas e onde quer que existam pessoas agrupadas. Jesus reservou uma bem-aventurança especial para os pacificadores: ‘serão chamados filhos de Deus’ (Mt 5.9). Deus quer que você e eu sejamos pacificadores e a Bíblia apresenta vários exemplos que podemos imitar.

          O apóstolo Paulo aparece em ao menos duas cartas atuando como pacificador, resolvendo conflitos interpessoais. A carta a Filemon foi escrita com este objetivo principal e na carta aos Filipenses Paulo escreve: A Evódia exorto e a Síntique exorto, que o mesmo pensem no Senhor. E peço também a ti, meu verdadeiro companheiro, que as ajudes, porque trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros meus cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida”. (Filipenses 4:2-3)

O objetivo deste pequeno texto é, baseando-nos na atuação de Paulo, apresentar quatro princípios bíblicos que nos auxiliem a atuar como pacificadores, fazendo de nós bem aventurados filhos de Deus.

Imparcialidade – a primeira característica que podemos ver no texto acima é a imparcialidade de Paulo. Ele fez questão de repetir o verbo rogar (exortar, aconselhar) antes do nome de cada uma das irmãs em conflito. Ele não destacou nenhuma das duas como tendo sido mais útil a ele. Não priorizou e não desdenhou a nenhuma das duas, mas tratou-as com igualdade. O pacificador precisa ser imparcial, o que significa não ignorar o erro se houver algum cupado. Paulo não ignorou o erro de Onésimo na carta à Filemon, ainda assim foi imparcial.

Envolvimento Pessoal (Amor) – é evidente no texto bíblico o envolvimento pessoal de Paulo. Ele quer que Evódia e Síntique se entendam porque elas são queridas a ele. São mulheres de Deus trabalhadoras. São auxiliadoras que haviam cooperado com Paulo, Clemente e outros. Acima de tudo, aquelas irmãs precisavam ser pacificadas, pois eram cristãs verdadeiras que, apesar das dificuldades interpessoais, tinham seus nomes escritos no livro da vida. O amor de Paulo também é visível no tom que ele usa. Ele não humilha as irmãs com palavras duras, mas, cheio de amor, o apóstolo as convoca à unidade. O pacificador precisa amar aqueles que estão em conflito a ponto de sofrer dano. No caso de Filemon, Paulo envolveu-se a ponto de oferecer-se para pagar os danos financeiros que Onésimo pudesse ter causado a Filemon (v. 18-19). Paulo sofreu a ausência de Onésimo (v. 13) em prol de enviá-lo para resolver o conflito. O pacificador, precisa amar de tal forma a envolver-se pessoalmente com os conflitantes.

Envolvimento Pastoral – Paulo estava distante. Sua carta seria lida em voz alta para todos os Filipenses ouvirem, incluindo Evódia e Síntique. Paulo sabia que a carta poderia não ser suficiente para apazigua-las e que elas poderiam precisar de um auxílio mais próximo. Assim Paulo pede ao seu colega (genuíno companheiro de jugo) que está à frente daquela igreja, que auxilie aquelas irmãs a se entenderem. O verbo grego usado por Paulo significa mais do que ajudar ou auxiliar. O verbo tem 4 significados dos quais somente o último se aplica: 1) prender em custódia; 2) capturar; 3) engravidar ou 4) ajudar tomando parte do trabalho de alguém numa atividade, segurar junto. Portanto Paulo quer o envolvimento profundo daquele pastor no problema que as irmãs estão enfrentando. Há que se notar que Paulo destaca o currículo espiritual daquelas irmãs, mostrando que são dignas do esforço. O pacificador precisa saber quando é hora de pedir auxílio pastoral. Suponhamos que um casal da igerja esteja dicidido separar-se. É obrigação daquele que sabe, por amor, trazer o assunto ao pastor para que este possa auxiliar o casal a reencontrar harmonia no Senhor. É obrigação também do pastor pedir ajuda de outros conselheiros bíblicos para auxiliar aqueles que ele mesmo não consegue ajudar.

Buscar unidade “em Cristo” – A característica mais importante de Paulo como pacificador aparece logo no princípio do texto: “pensem concordemente no Senhor”. Suponhamos que o problema de Evódia e Síntique tenha surgido numa reunião da Sociedade Auxiliadora Feminina da Igreja de Filipos. As irmãs estavam reunidades decidindo o que fazer como a verba da sociedade. Evódia queria fazer ação social e Síntique queria investir em missões. Elas tiveram uma discussão acalorada que terminou com o rompimento da relação entre as duas. Como concordar? Como convencer Evódia a pensar em missões e Síntique em ação social? Como duas pessoas com históras e preferências diferentes, valores diferentes, experiências com Deus diferentes podem concordar? Podem concordar somente se ambas abrirem mão de suas histórias, preferências, valores e experiências e buscarem as histórias, preferências, valores e experiências de Jesus. Tanto Evódia quanto Síntique deveriam se esvaziar de si mesmas e se encher de Cristo e assim, nele, haveria verdadeira unidade. Somente em Cristo que amigos, casais, famílias, igrejas podem gozar verdadeira unidade. O pacificador precisa saber disso.

O mundo precisa de pacificadores. A igreja precisa de pacificadores. Deus nos chama para sermos pacificadores. A ira de Deus estava sobre nós. O sacrifico de Cristo transformou (propiciou) a ira de Deus em amor por nós. Fomos reconciliados com Deus e a paz com Deus nos habilita a vivermos em paz uns com os outros. O processo não para aí, entretanto. Fomos reconciliados para reconciliar outros: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” (2 Coríntios 5.18-19). Nós temos a palavra da reconciliação: Jesus nasceu! É natal! “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2.14) Assuma a tua função. Seja um bem aventurado pacificador!

Oração: Senhor Deus, obrigado por que o Senhor desviou a sua ira que estava sobre nós, derramando-a sobre o teu próprio Filho. Obrigado por que fomos reconciliados com o Senhor pelo sangue do Cordeiro. Obrigado por que, em Cristo, podemos experimentar relacionamentos de amor verdadeiro. Senhor, dá-nos consciência de que tu nos deste o ministério da reconciliação, confiando-nos a palavra da reconciliação. Assim, Pai, faz de nós pacificadores. Que por meio do evangelho, na força do teu Espírito, levemos homens e mulheres a, pela graça, gozarem de paz com Deus e paz entre si. Oramos no nome de Jesus, o maior pacificador de todos. Amém!

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