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Advento, guirlandas, natal, árvores de natal e Epifania: Resgatando o calendário e os símbolos cristãos (Parcival Módolo)

ADVENTO

O ano cristão se inicia com o primeiro domingo do Advento que compreende um período de 4 domingos, os 4 anteriores ao Natal. Começa no domingo mais próximo de 30 de Novembro. Comemora a encarnação de Deus: é a luz chegando ao povo que andava em trevas. O Advento é um convite à preparação para o Cristo que vem. Não só pelo seu nascimento, mas também para a segunda vinda do Senhor, evocada pela primeira.

Guirlanda do Advento advém de antigo costume protestante na França e na Alemanha ao preparar-se para celebrar o nascimento do Messias. Na guirlanda, o círculo de folhagens representa o amor de Deus, eterno e sem fim nos seus propósitos. As velas significam as 4 semanas que antecipam o Natal. A vela acesa no 1º domingo será seguida, no seguinte pela 2ª, e assim por diante, até que todas sejam acesas no 4º domingo, simbolizando a vinda ao mundo da luz Verdadeira, cujo brilho não pode ser vencido pela escuridão.

As cores litúrgicas do Advento são roxo, lilás e azul acinzentado, sugerindo a reflexão quanto à nossa vida cristã e o arrependimento.

NATAL

É um período de 12 dias, após o advento, que começa, não termina, no dia 25 de Dezembro e se estende até a Epifania, a 6 de Janeiro. O dia escolhido é o “Solstício de Inverno” (no hemisfério norte), dia no qual o sol recomeça a elevar-se novamente no horizonte até sua máxima altura, no próximo equinócio, o da primavera. Os povos pagãos comemoravam esse dia com festas e cerimonias de fertilidade, adorando o “Sol Invicto”. Os cristãos nesse dia passaram a comemorar o nascimento de Cristo, o verdadeiro sol da graça.

A ÁRVORE DE NATAL

Alem das lendas conhecidas sobre a árvore de natal, há origens bem mais importantes para nós, cristãos, muito menos conhecidas.

Uma delas é o costume da “Árvore do Paraíso” que se usava em lares e igrejas na época do Natal, na Europa do século XI. Era a representação da “Árvore da Vida” plantada no meio do Éden, no começo dos tempos (Gn 2: 9) e encontrada no centro da Nova Jerusalém, na consumação dos séculos (Ap 22: 2).

Outra idéia da “árvore da vida” é a associação com a “Árvore da Cruz” (I Pe 2: 24). É o madeiro, ou como no grego, “Tronco”, sobre o qual “Cristo levou os nossos pecados no seu corpo”.

Outra é o conceito da “Árvore Cósmica”, da igreja primitiva. Por ser cósmica a dimensão da morte no calvário, a cruz era tida também como “a Árvore Cósmica”, das profundezas da terra até o céu. Era uma forma de exprimir-se o sentido cósmico da crucificação, seu efeito de redimir a criação do poder do pecado e da morte, restaurando-a à sua relação original com Deus. Vem a ser, assim, a “Árvore da Salvação”.

A Árvore do Natal guarda ainda semelhança com a “Árvore da Luz” do judaísmo. No AT, a “Árvore da Vida” era representada pela amendoeira, que, na brancura de suas flores, em pleno inverno, prenuncia a chegada da Primavera. Segundo o modelo da amendoeira Deus instruiu Moisés quanto a feitura do castiçal de sete lâmpadas para o Tabernáculo, o Menorah (Êx 25.31-41). Assim, no Menorah o simbolismo da “Árvore da Luz” e o da “Árvore da Vida” se correspondem.

Assim, podemos recuperar melhores significados para a Árvore de Natal. Essa riqueza nos leva a perceber que, no coração do Natal, está a Cruz e a Ressurreição. 

EPIFANIA

O início da Epifania é o fim do período do Natal. Começa com a festa da epifania e dura de 1 a 6 semanas, dependendo da Páscoa. Se durante o período do Natal celebramos a humanidade de Cristo, é na Epifania que festejamos a revelação de sua divindade pois nela temos a primeira manifestação da divindade de Jesus PARA TODA A HUMANIDADE, na visita dos Magos. É o maior símbolo e testemunho da universalidade da oferta divina: Jesus veio para todos, judeus e gentios, representados pelos magos do oriente, gentios.

Nota-se a riqueza da palavra grega EPIPHANEIA pela variedade de sentidos, que incluem “manifestação”, “aparecimento”, “vinda” e “o amanhecer”. A Epifania marca o momento dramático na História, quando Cristo se pôs em confronto com as trevas deste mundo. O Advento fala da luz chegando; a Epifania fala luz agindo e remete ao Evangelho de João: “A luz brilha na escuridão e a escuridão não consegue apagá-la” (Jo 1.5).

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